Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Jesus ensinou a ser como os passarinhos, confiantes em Deus, não escravos da ansiedade, inconformados com as limitações, eufóricos com o lucro. Ensinou que o corpo necessita ser saciado e alimentou multidões. O desejo de sentar à esquerda ou à direita de Deus (Mt 20.21) ou de querer ser Deus não tem lugar no projeto do Reino de Deus. Por isto, na linha dos nossos sistemas de vida, é difícil ser feliz assim, quando precisamos ser ilimitados, tentados, inclinados ao consumo, aos vícios e ao poder. Fácil prenúncio: insatisfação, futilidade e infelicidade humana. Mas, afinal, quem sabe se contentar apenas com o necessário? Redescobre este segredo, talvez de uma "pobreza feliz", de um estado de bem-estar, Francisco de Assis. Ele se vê libertado da realidade de ser escravo de tantos vícios e vive a partir de coisas simples e naturais. Inspira-nos Spinoza: "É próprio de uma pessoa sábia servir em sua refeição, para a reparação de suas forças, também perfumes, adorno das plantas verdejantes, a música, os jogos que exercitam o corpo, os espetáculos e outras coisas da mesma sorte, de que cada um pode fazer uso sem prejuízo para outrem". Não se trata de uma apologia da pobreza ou condenação da riqueza, mas de um resgate para um bem-estar do ser humano, que olha para a diversidade da criação, que percebe a criatura conciliada com a integridade, que busca sempre o bem-estar do ser humano. As orientações para a vida em nossa casa estão aí. Será que elas continuam como motivação e inspiração para rompermos com modelos que nos escravizam hoje?

Semente de Esperança