Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Tem conversa de portão. E tem conversa dentro de casa. Alguns assuntos a gente já vai resolvendo lá no portão, lá fora. As conversas que vêm pra dentro de casa levam mais tempo. Demoram mais. Talvez sejam mais complicadas. Mas são mais criativas. Resultam em coisa nova. Na leitura da Bíblia acontece coisa semelhante. Há a "conversa" de portão. Trata das coisas evidentes. Sua identificação não é difícil. Não deveriam observar muito tempo. Uma delas constata que a Bíblia privilegia as pessoas pobres. Isso é tão patente que dispensaria longas discussões. Afinal, é o que testemunham o êxodo, os profetas, os evangelhos. É o que tá nas Escrituras. Elas já não são mais o que são, se a gente ignora que seu coração palpita pelas pessoas empobrecidas. Celebram sua defesa. Outra dessas coisas de portão identifica os intérpretes privilegiados. Fala dos hermeneutas prediletos das histórias bíblicas. São as pessoas pobres. Às pequeninas cabe papel de destaque. São as mulheres que testemunham a ressurreição. São as coisas fracas do mundo as que melhor identificam a cruz de Cristo. As histórias bíblicas já não são o que são, quando seus intérpretes primeiros são postos à margem. 

Semente de Esperança