Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Os burgueses de Siquém constroem o seu trono real sobre um fundamento de mortes e intrigas. Abimeleque puxou a realeza sobre si. Jotão, no entanto, adverte o povo com uma fábula sobre o reino das plantas: as árvores procuram um rei. A sarça, com sua madeira leve, inflamável, mesmo sendo um perigo para o cedro orgulhoso, assume espontaneamente a dignidade. Outros vegetais lenhosos proclamaram-na rainha. O mesmo acontece também com os burgueses de Siquém. Deus, porém, não silencia. Ele acalma a necessidade dos seres humanos que o obedecem e nele confiam. O poder abusivo somente tem uma chance quando existe uma plateia excessivamente satisfeita que converge com o seu ideal. Uma comunidade festejou um culto jubilar. Ao superior hierárquico local, foi solicitada uma breve saudação. Sua palavra demorou meia hora. É incômodo ouvir um orador com semelhante persistência que discursa trinta minutos em substituição aos cinco concedidos. Ninguém lhe aplica o freio. Um orador pode abusar da oportunidade, porque o deixam falar livremente. Ao lado do abuso de poder, encontra-se a responsabilidade dos participantes conscientes que, diante de um discurso gritante, arrogante, podem tornar-se contrárias, abstencionistas ou coniventes. A advertência diante disto encontramos em Provérbios 10.19: No muito falar há transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente.

Semente de Esperança